CARÍCIAS DAS NUVENS

Ao me encontrar exausto

No subir de uma ladeira

Fiz uma breve parada

No pico de uma pedreira

Lá fiquei a contemplar

As plagas a descortinar

Como uma verde esteira

Do alto onde eu estava

Pude tudo observar

A floresta estendida

Parecia ser um mar

Onde relvas e cerrados

Lavouras e seus roçados

Compunham o meu olhar

Por cerca de duas horas

Fiz muita contemplação

Vi os pássaros voando

Ao nível da amplidão

Naquele horizonte lindo

Eu vi cúmulos e nimbos

Nos quais eu passava a mão

Eram nuvens passageiras

Pelas brisas transportadas

Algumas me envolviam

Como neblinas aladas

Em tais momentos eu não via

Pois a névoa me cobria

Com brancuras reveladas!

Confesso que ali estando

Eu me sentia no céu

Por momentos eu vivi

Longe do mundaréu

As nuvens me afagavam

Minhas vistas descansavam

Vendo coisas sem ter véu!

Pena que eu não poderia

Lá ficar eternamente

Pois na atual dimensão

Nada aqui é permanente

Assim depois de um tempo

Completei o movimento

Da subida inconsequente!

Finalmente eu pensei

Em compor este poema

Lembrando que pra poesia

Eu sempre acharia um tema

Minha mente é um dicionário

Com amplo vocabulário

Para qualquer teorema!

Do alto, do outro lado

Pus-me da serra descer

Mas daquelas maravilhas

Jamais irei esquecer

Estive num horizonte

Onde as nuvens passantes

ACARICIARAM MEU SER!