ESPLENDOR DA PRIMAVERA.

Porque alegre assim canto

Ao raiar da bela aurora,

Deixei na noite o meu pranto,

Com esta beleza me encanto,

Baixinho meu coração chora.

Canto mágoas do passado

Que minha alma encerra,

Em meu coração guardado,

Eu canto triste este meu fado,

Ao esplendor da primavera.

Canto o fado com fervor

Se desabrocha a primavera,

No jardim em cada flor,

Poisam borboletas de amor,

E meu coração desespera.

Também canto sem alegria

Ao entardecer á noitinha,

Se me juras em cada dia,

Teres o amor que não havia,

Quando por ti, amor eu tinha.

Canto se a tristeza me invade

Em noites belas de luar,

O meu fado feito saudade,

Que conta toda a verdade,

Quanto eu vivo para te amar.

O desepero é a companhia

Quando acaba a primavera,

A rosa que no jardim havia,

Secou em triste agonia,

A solidão regressou á terra.

LuVito.