Recanto Esquecido

No esquecimento fundo de uma tarde

Erma entre aves e réstias de sol

A fome de mundos suavemente arde

Dissolvida nos descasos e no azul.

Em visões poucas de porvir e gentes

A saga dos instantes descolore

E nesses véus de gozos descontentes

Fico a sonhar o fauno que namore.

Leva-me o acaso e sonda minha alma

E através da saga de milhões de versos

Confesso o tormento e delicio a calma

A sombra morna dos vividos universos.

Raras vezes abraço esse ideal incerto

Mau formulado e imenso de nostalgia

Que torna o homem o vivedor inseto

E da esperança a luz vaga e erradia.

E do coração ,esse destino sublimado,

Uma miragem em meio a fauna varia

Oh! Como o horizonte é pego nublado

E a sorte um jogo da ocasião temerária.