Um rincon de calmaria

Além alhures, um arquipélago adjacente ao nada

o afã tenho pelo rincón inaudito

Nos primórdios da vida despovoada

donde inexista habitat inóspito

Quiçá seja criador duma língua vernácula

Alfabeto novo palavras digna de pronúncia

Hei de edificar a rustica flamula

Ventos auspíciosos hão soprar à existência

Uma indumedária de pele cozê-la

delineada de feição mui singela

Na essência primitiva sentir o bálsamo

são e salvo do achaque humano

Montanhas, grutas e planícies preenchem o relevo

Nas águas imaculadas da pródiga cascata

banhando-me todo alvorecer será puro enlevo

A aspergir o sumo à alma árida que milita

Eterna anfitriã, oh mãe natureza

Na vastidão da tropical ilha

Airosa imponente eis que brilha

Nos confins como silvestre realeza

Hospitaleira vivenda acolhe o nativo e peregrino

Em seu firmamento folheado de verde

Parece estender tapete esmeraldino

Passarela dum paraíso que todo ser imprescinde

Sedento de um vespertino descanso

Sob a sinfonia de cantar manso

Das aves a bem adornarem o manto celeste

Quanto júbilo a melodia me deste

O corpo acomodado à cama de areia

Diante do ímpeto das ondas um despertar de verão

Tão cálido o sangue: pujante ao coração bombeia!

Sensação de imortalidade: uma profunda imersão!!

Nesse litorâneo espaço sequer há pioneiro ou rei

A fauna e flora são a soberana lei

Cuja beleza só que tem a suprema virtude

de respeitá-la, será bem-vindo na plenitude

Oh natureza(dádiva)! batiza os homens com esperança

Em seu orvalho bendito consagrará de temperança

quem sabe alento aquele que triste murmura

Face a mundana tentação da usura

Alex Melloh
Enviado por Alex Melloh em 01/12/2015
Reeditado em 27/06/2022
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