Um rincon de calmaria
Além alhures, um arquipélago adjacente ao nada
o afã tenho pelo rincón inaudito
Nos primórdios da vida despovoada
donde inexista habitat inóspito
Quiçá seja criador duma língua vernácula
Alfabeto novo palavras digna de pronúncia
Hei de edificar a rustica flamula
Ventos auspíciosos hão soprar à existência
Uma indumedária de pele cozê-la
delineada de feição mui singela
Na essência primitiva sentir o bálsamo
são e salvo do achaque humano
Montanhas, grutas e planícies preenchem o relevo
Nas águas imaculadas da pródiga cascata
banhando-me todo alvorecer será puro enlevo
A aspergir o sumo à alma árida que milita
Eterna anfitriã, oh mãe natureza
Na vastidão da tropical ilha
Airosa imponente eis que brilha
Nos confins como silvestre realeza
Hospitaleira vivenda acolhe o nativo e peregrino
Em seu firmamento folheado de verde
Parece estender tapete esmeraldino
Passarela dum paraíso que todo ser imprescinde
Sedento de um vespertino descanso
Sob a sinfonia de cantar manso
Das aves a bem adornarem o manto celeste
Quanto júbilo a melodia me deste
O corpo acomodado à cama de areia
Diante do ímpeto das ondas um despertar de verão
Tão cálido o sangue: pujante ao coração bombeia!
Sensação de imortalidade: uma profunda imersão!!
Nesse litorâneo espaço sequer há pioneiro ou rei
A fauna e flora são a soberana lei
Cuja beleza só que tem a suprema virtude
de respeitá-la, será bem-vindo na plenitude
Oh natureza(dádiva)! batiza os homens com esperança
Em seu orvalho bendito consagrará de temperança
quem sabe alento aquele que triste murmura
Face a mundana tentação da usura