RIO NEGRO

Quem é que desce calmo,

Sem muita pressa de caminhar,

Encontra com o navegante

Segue avante e vai chegar.

Quem é que tem águas pretas,

Que inunda terras

E chama a árvore pra prosear.

Ouve as cantigas do Amazonas a cantarolar.

Quem é que em suas águas escuras

Guarda segredos de uma nação.

Ajuricaba o escolhido esse rio um dia batizou.

Amarrado, espancado, humilhado,

Do barco do ”descobridor” de negro o rio pintou.

Negro, negra, tuas águas contam historias,

Das memórias que Ajuricaba deixou.

Das lutas que ele travou,

E como caba era temido pelo explorador.

Oh negro, que continue a correr sem poluição,

Carregando em tua canoa fertilidade,

Que faz a vida germinar, nas águas e no nosso chão,

Em cada pulsar do teu negro coração.

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 17/12/2015
Código do texto: T5482716
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.