Ensaio sobre o Fim de Tarde

A brisa leve alisa as folhas

Os pássaros piam no horizonte

Em uni e multíssono

O homem para.

Finalmente!

E boceja, o despertar do sono...

Talvez, quem possa esclarecer

O espetáculo do entardecer

Seja a viola da cigarra

A guitarra dos grilos

Os cães em seus latidos

Ou as mariposas no bater das asas...

A fauna e a flora juntos

Afagam-se e afloram juntos.

O escurecer do planeta

Vem em deliciosos tons pastéis

Pintada em rósea paleta

Desce ociosa a luz dos céus

No último esplendor do dia

Minguante...

Batalha até se dar por desfalecida...

O homem em crise existencial

Panorama da melancolia

Nem vê, nem ouve, nem se despede

Da claridade que se esvai

Desrespeita, desaprecia

Desmerece, desvirtuado

Aparta-se da natureza

O filho desnaturado.

O sol está indo embora

É tarde demais

Também vão-se as gaivotas

A revoarem sobre os cais.

O fim da tarde

O início da noite

A primeira estrela a brilhar

O perolado e o dourado se cumprimentam

E o mar e o amar se complementam

Quando o sol vai repousar...

Adriel Alves
Enviado por Adriel Alves em 26/12/2015
Código do texto: T5491721
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.