Trinos de um poeta
Canta meu Rouxinol!
O teu canto é sem rival,
Macuco anuncia o arrebol,
Inhambu traz um beijo matinal,
Canta o canto da Perdiz,
Uma sublime composição,
Juriti diz pra eu ser feliz,
E vem comer na minha mão.
Rabisca o céu o cancioneiro
No bem que faz o Bacurau,
Trinca-ferro canta lindo,
Maviosa pérola original,
Japiim parece tímido,
Cantando as vagas do tempo,
Curió no Rio Negro vai sumindo,
Vai levando meu lamento.
Andorinha migra para felicidade,
Cruzando o meu horizonte,
Numa saga natural,
Vem cantar na minha fonte.
Ensina-me o caminho dos ventos,
Seu jardim é o meu quintal,
Uma sina na trama do tempo,
Imagem de um cartão postal.
Patativa reverencia
A maestria do portentoso Sabiá,
Guarda-Floresta só espia,
Chororó veio ensinar,
Os acordes do Miudinho,
Um canto novo de passarinho
Para pequena Acauã.
Os trinos embalam-me com carinho,
Todos os dias suplico com jeitinho,
Por favor, voltem amanhã!