Trinos de um poeta

Canta meu Rouxinol!

O teu canto é sem rival,

Macuco anuncia o arrebol,

Inhambu traz um beijo matinal,

Canta o canto da Perdiz,

Uma sublime composição,

Juriti diz pra eu ser feliz,

E vem comer na minha mão.

Rabisca o céu o cancioneiro

No bem que faz o Bacurau,

Trinca-ferro canta lindo,

Maviosa pérola original,

Japiim parece tímido,

Cantando as vagas do tempo,

Curió no Rio Negro vai sumindo,

Vai levando meu lamento.

Andorinha migra para felicidade,

Cruzando o meu horizonte,

Numa saga natural,

Vem cantar na minha fonte.

Ensina-me o caminho dos ventos,

Seu jardim é o meu quintal,

Uma sina na trama do tempo,

Imagem de um cartão postal.

Patativa reverencia

A maestria do portentoso Sabiá,

Guarda-Floresta só espia,

Chororó veio ensinar,

Os acordes do Miudinho,

Um canto novo de passarinho

Para pequena Acauã.

Os trinos embalam-me com carinho,

Todos os dias suplico com jeitinho,

Por favor, voltem amanhã!

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 12/01/2017
Reeditado em 12/01/2017
Código do texto: T5880274
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