Pela fresta da porta

Pela fresta da porta
a minha alma se ia por
vagas muitas, inteiros
vagalhões soçobravam;
minha decrepitude,
vinha salinidade,
marejava as tais ondas
da areia do esquecimento...

E eu via, via mesmo “quanto
“Mar, quanto mar, sei quanto”
“é preciso, pá”, pois
“navegar” e “navegar.”
Pela fresta da porta,
enxergava um oceano,
a deslindar-se com
imensos cachalotes...

Naquele mundo, desse
amanhã de maresia,
vinha um vento abafado
de quentura da praia,
queimando rostos em
grande letargia de
depois do almoço, quente;
pela fresta da porta...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) e citação à música de Chico Buarque
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 05/02/2017
Reeditado em 05/02/2017
Código do texto: T5903185
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