OFÍDIOS

OFÍDIOS

autor: j.r.filho.

Se há gente que aprecia

Viver segurando em Cobra,

Há também sem simpatia

Por bicho que injeta droga.

Pode ser até Jiboia,

Salamanta, ou Sucuri;

Os braços não são tipoia,

Sobra constrição pra ti.

Por ser animal silvestre,

Cujo meio é a natureza,

Tem a proteção do Mestre...

Não sejas da cobra a presa.

Preserva a tua saúde:

Cobra nenhuma é pacata...

Vai picando e, amiúde,

Se vacilar ela mata.

Foge da Surucucu,

Também da Surucutinga.

Se vires Jaracuçu

Não te atenhas na caatinga.

Não fumes durante a noite,

Em invernada, ou em mata,

Que a “Suru” vem num açoite

E o teu cigarro arrebata.

Se com uma dás de encontro

Atentas pra reação:

Se parar, com bote armado,

Não vás pra seu lado, não!

Se ela porém avançar

Indo em tua direção,

O melhor é recuar:

Não manter a posição.

A pose de herói esqueças...

Pensa num covarde vivo,

Mas também não esmoreças

Ficando ao pavor cativo.

Não coloques a mão em oco

De pau, curvado ou linheiro,

Pode ter dentro do toco

Uma Urutu-Cruzeiro.

Uma Malha-de-Traíra,

Ou mesmo Malha-de-Sapo

Quando empestada, com ira,

Pica até o próprio rabo.

A grande Pico-de-Jaca,

A maior de toda América,

Espécie “Lachesis muta”

Seu habitat é a floresta.

Na Índia tem muita “Naja”,

Cujo veneno é letal.

A Píton e a Anaconda

Têm tamanho colossal.

A Naja impera na Índia

E na África a “Mamba Negra”.

Se quiseres eutanásia

Procura a cicuta grega.

Há tantas Cobras no mundo...

É difícil enumerá-las,

Somente estudo profundo

Poderá classificá-las.

Cabe apenas ao Herpetólogo

Às Cobras se dedicar,

Pois, nem mesmo o Zoólogo

Deve em serpentes pegar.

Amélia Rodrigues-Ba (2005 a 2015)

Poesia inédita.

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 30/06/2017
Código do texto: T6041926
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