OS VALES (reservas de veneno)

A natureza e o homem pulsam

Nas correntezas dos vales

E no eco do borá, o zunir

Das lágrimas de nossas flores.

Os ventos quentes que descem

Nos vales, fedidos, castigam

As pobres vidas que resistem,

Nas cachoeiras de águas mortas.

E o chão abrasa em fogo,

Da crueldade do latifúndio,

Que destrói a fauna e a flora,

Levados pelo vendaval de cinzas.

O cerrado em velas lamenta

E nas estradas do mundo,

Que transportam as riquezas,

O trilho do túnel da extinção.

Genocídio natural e humano,

Nas terras cálidas da colmeia,

O acre cheiro das toxinas,

Respiram pobres vidas ingênuas.

As gotas de águas das chuvas,

Que caiem em nosso solo arde,

Nas peles pretas e nas roças,

Ruínas de destroços nos vales.

Morrem os seres em silêncio,

No jardim de todas as vidas e

Nascem as reservas de veneno,

Nas águas Pretas rumo ao mar.

Edivaldo Lima BOY
Enviado por Edivaldo Lima BOY em 12/04/2018
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