O ÍNDIO

ÍNDIO

Aquele índio

não o do comercial

sim, aquele que a ninguém

te contou o sorriso

o sorriso da verdade

ainda o vejo ali

nú sem preconceito

Índio de corpo

escultural

me fez gritar me silêncio

dos 7 poderes internacionais

índio da chama

quente

quentissima

coloque a tanga

eu a miçanga

vamos simbora

pular este doce

carnaval

Ali no recreio ou Bráz

te vejo ainda

das caravelas

quebrou o espelho

se fez o nú

por que torturas

a gente miúda

com palavras lindas

canções permissivas

cheia de alegrias

tom de prazer.

Índio que planta

come, cospe

ali no chão da

hipocrisia

quem sabe ali mesmo

lhe darei meu coração

você me entrega o seu

cocar

seremos um só.

A sua tribo

para que cachimbo

durmo naquele cipó

índio maltratado

que fez tanto

e ainda ouve

não fez nada.

Caçar, pescar, colher

os frutos

construir sua oca

acha que é fácil

vem me ensinar

a viver de bem

em paz

com quem o criou.

Ouço os lamentos

talvez mais gritos

usam gravatas

mais comem sem

cinto

para poder a pança

estarrancar.

Ìndio possesso

com falsas promessas

um dia ainda

te digo olá

me convida para entrar

na sua oca

ali morar

e ai o dia vai se tornar

uma espécie de alegria

que cada Kurumi

vai dizer com sobras

de sorrisos

esse ai aprendeu

o sentido de amar

sem deixar de sonhar.

05022020.....

paulo fogaça
Enviado por paulo fogaça em 08/02/2020
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