A folha amarela

certa vez, quando o sol clareou a cidade

e acordou todos os seres, coisas e lugares,

apenas a montanha que escondia o horizonte

permanecia quieta, imóvel e meditante

nesse dia, uma brisa fria visitou a cidade

e recoloriu todos os seres, coisas e lugares,

e uma folha amarela carregada pelo ar

entrou quieta pela janela de meu quarto

ela tinha vindo de longe, muito longe

além do rio que cortava a cidade

além dos campos de arroz de fujibayashi

além do tapete de flores, abaixo do monte

ela tinha vindo de perto, muito perto

do topo da montanha do horizonte

onde habitava uma árvore secular

que vivia quieta, imóvel e meditante —

até o dia em que foi tocada pela brisa

Caio Varalta
Enviado por Caio Varalta em 29/06/2021
Código do texto: T7289495
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