Cubro-me com os tons do outono

 

 

  Cobre-se de folhas secas

   A floreira com as flores de mel...

   Cubro-me com os tons do outono,

Com as nuances da poesia

 Que ainda, adormecida

   Aguarda na folha dobrada

    Da roseira

    À espera por desabrochar.

 Há um silêncio que encanta,

 Um misterioso silenciar

  Das batidas do coração,

    Uma dor contínua,

   Um desassossego,

  Solidão que rabisca

Um sonho de amor,

  E, que se disfarça em versos...

    Na simplicidade e beleza

    De mais uma tarde outonal.

  O pensamento devaneia,

Buscando respostas,

Nas perguntas que soltas

Flutuam em um labirinto,

  Desfazendo-se o novelo

   Tecido com os fios da vida,

   Em mais uma tela inacabada...

  Sinto saudades de passear

   Nos campos floridos de Renoir

   Molhar-me com as tintas,

    E sentir o sol e o aroma das flores...