As Prostitutas Virgens
I
A noite é amiga das rameiras
Senhoras do tempo
E dos espaços pequenos
A flor fugaz
Dos teus delírios
Não prende ao céu
Quem não é dele escravo
As bocas são amigas das rameiras
Onde a língua é faca
Cega
Ferida imaginária
Cilada
Feita de braços curtos
Não pega peixe esperto
As celas são amigas das rameiras
E o tempo pobre
É sua cria
Sombras tardias
Verbos de gesso
Poeta de verdade
Chega vacinado.