CRIANÇAS DE RUA
As míseras crianças de rua,
Sem teto, sem carinho e sem pão,
Que vivem no mundo da lua,
Filhos de pai sem coração!
Relegadas ao mundo do abandono,
Perambulam quase sempre ignoradas...
Vem a noite, o frio e o sono,
Elas se abrigam no escuro das calçadas!
Fumando, bebendo e cheirando cola,
Inconscientes de que a saúde se consome...
Furtando, roubando e pedindo esmola,
Para que não venham a morrer de fome.
São almas portadoras de carência
Vegetando a esmo, quase alheias,
A caminho inevitável da delinqüência,
Que abarrota quase todas as cadeias...
E nesse indesejável roteiro errante,
São como barquinhos sem velas...
Nem os pais, nem governantes,
Estão preocupados com elas...
Como se sentirá um coração
De pais que abandonaram seus filhos,
Ao reencontrá-los na lamentável condição
De doentes, delinqüentes ou andarilhos?
POEMA INÉDITO
ToninhoFerreira