NOITE
Nas haras mortas da noite
Quando ela minuciosamente ainda demora a persuadir,
Em um universo que não parece se realizar.
Mim trago, no silêncio de meu pensamento.
Vejo quietação estranha...
É vasto o murmuro do escuro
A vereda que meus olhos contemplam
Entre o céu estrelado,
Não penetram no fundo do meu olhar.
O vazio...
Parece roubar-me
E num instante;
Sinto perder,
E um todo e profundo cessar.
Os sentidos meios que confusos
Se perdem, entre a linha do sentido.
O coração a desacelerar, se vê invadido,
Pelas chamas negras mortais, que por entre as veias,
Tornou-se caminho a essa habitar.
O sono que nem um gosto sumo
Embebeda os meus olhos...
Um frio parece sucumbir-me,
Em um vento que atrai ainda mais a escuridão.
A noite parece não mais acabar...
Quieto, como a calada da noite
Assento-me, a espera, ao fim...
No desejo do amanhã...
Cada vez mais me torno noite
A sombra da própria escuridão,
E cada vez mais é vazia a minha noite,
E cada noite não parece mais chegar.