Realidade
Um céu nublado intercala só o que eu vejo
Em luz e sombras espalhadas aonde vou
Sábios com empenho discutem o desejo
Eu em meu poetar não decifro nem quem sou
Escondo a face rubra em um rosto
Que já era meu mas não em meu olhar ficou
Disfarço o lago imenso do absurdo
Entre o gesto carinhoso e o sorriso que brilhou
Já não prego em quatro ventos minha crença
Não dou motivo inusitado nem rebeldia ao poder
Os que falam à minha volta podem transmitir doença
Mas no meu prato de todo dia sou só eu quem vai comer