Realidade

Um céu nublado intercala só o que eu vejo

Em luz e sombras espalhadas aonde vou

Sábios com empenho discutem o desejo

Eu em meu poetar não decifro nem quem sou

Escondo a face rubra em um rosto

Que já era meu mas não em meu olhar ficou

Disfarço o lago imenso do absurdo

Entre o gesto carinhoso e o sorriso que brilhou

Já não prego em quatro ventos minha crença

Não dou motivo inusitado nem rebeldia ao poder

Os que falam à minha volta podem transmitir doença

Mas no meu prato de todo dia sou só eu quem vai comer

Beatriz Moraes
Enviado por Beatriz Moraes em 03/09/2008
Reeditado em 19/05/2014
Código do texto: T1159188
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