SELVAGENS DOMÉSTICOS
Estou no caminho certo de seus sentimentos?
Hoje estou mais feliz
A cada dia que passa percebo um espinho na minha carne
E descobrir uma fraqueza é endurecer a couraça para o amanhã
Seus melhores amigos devem ser também seus maiores inimigos
São eles que invadem perímetros que você não permitiu
São poucas as pessoas que nos deixam sem limites
São poucas as pessoas que nos animam com a claridade do real
A feira é a feira
A vida é a vida
O que fazíamos por vivência
É o que agora fazemos pela violência do mercado da vida
Vida vendida
Pela violência do compromisso contratual vivido
Nunca mais viveremos pelo sentido que o tempo inexistente nos oferece
Administremos nossa vida!
A falácia
A estância
A implementação das sensações vendidas em pacotes para a viagem
Excertos de corações, olhos e bocas alheios
Meu passado ilustra meus quadros
E meus sentimentos oferecem formas as minhas elucidações
Se assim for
Mútuo, recíproco somos nós
Mulheres de grande amor
Homens de muitas canções
Dói o desencanto enquanto meu canto ainda me encanta
Sou poeta porque desconheço minha alma
E sou amante porque reconheço o conjunto de meus órgãos
Somos iguais porque todos nascemos
Seja do modo que foi
Estamos todos aqui
Animalescamente iguais
Mas, humanamente diferentes
Escolha sua vida quando puder
Somos iguais porque todos morreremos
Seja do modo que for
Deixaremos esse lugar
Ocasionalmente iguais
Mas, determinadamente diferentes
Escolha sua morte quando puder
Meu anseio é a liberdade
Mesmo que ainda não passe de um gênio artístico silenciado pela vida sempre que se atreve à acareá-la
Meu convite é esse, olhe nos olhos da realidade
Sinta seu sopro em sua pele
Selvagens domésticos
Não é porque sua jaula reproduz o seu jardim que está livre
A sua prisão está em sua cabeça
Estamos presos em nossa própria cabeça