REFÉNS DE OLHARES

REFÉNS DE OLHARES

Juliana S. Valis

Não sei o que nos faz, assim,

Tão reféns de olhares

E de sonhos que vão além do fim

No amor que transcende os mares...

Simplesmente não sei o que nos faz

Reféns de olhares, de versos, de ilusões

Como se a miragem e o calor da paz

Explodissem como vulcão em erupções

De sonhos que não tivemos...

Tampouco sei o que nos faz

Reféns de ideais amenos

Nesta onda eterna e mordaz

Do amor , nem mais, nem menos

Sóbrio, ou simples, correlato...

O que nos faz, assim, tão reféns de olhares

De poemas, de lemas no amor profundo ?

Sou refém do verso em todos os lugares,

Sou ninguém, apenas, procurando o mundo

Onde o amor possa, enfim, reinar .