Janela aberta

Sentada na ponta da cama

Notebook deitado no colo

Ao lado, uma janela aberta

Clima tropical, distante do polo

Vejo o mar - passar quem o ama

Sem tempo, sem protocolo

No pensamento - estou certa

Da vida, sozinha - me isolo

Vento gostoso soprando

Canta o vento tal chuva

Coqueiro acenando pras nuvens

Dança a palha assanhada

Como garota em bordéu

De longe, jangadinha apressada

Rasgando sem pena o céu

Desejo: de peixe lotada

Pensamento é coisa engraçada

Viaja pra onde bem quer

Não temos direito a nada

É nosso senhor, nossa tela

Nos traz situações variadas

Nos lembra as dores, os amores

Momentos, lembrança singela

Olhando à aberta janela