A DOR E O TEMPO

A DOR E O TEMPO

Juliana S. Valis

Olhando a História do mundo, um dia, a Dor disse ao Tempo:

Você me deve, no mínimo, dois trilhões de sorrisos,

Acrescidos de juros em momentos precisos

E de correção na moeda do melhor sentimento !

O Tempo, assim mesmo, fingiu não ouvir

A Dor que reclamava sempre aos quatro ventos,

E disfarçou-se de enigma, correndo daqui,

Enquanto as cédulas giravam tantos vãos pensamentos...

A Dor, entretanto, continuou procurando o tempo

Para discutir sobre a paz, a felicidade e a vida,

Há tantos séculos e séculos que ainda assobia este vento

Da Justiça, a contento, que procura saída !

E na loucura dos ditadores, dos governantes, ou reis

Que passaram pelos anos concedendo nada ou o mínimo ao povo,

A Dor cresceu, com vigor, e procurou o Tempo outra vez

Para acertar as contas da humanidade, de novo...

Mas o Tempo sempre esteve à frente da Dor,

Enquanto ele passa, ela procura tratamentos

Para a cura de tudo, mas não será o amor

O indelével escudo contra alguns sentimentos ?

Se os ventos mostrassem a história que o Tempo deixou,

Talvez a Dor do mundo não andasse em passos repetidos e lentos.

Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 24/01/2009
Reeditado em 25/01/2009
Código do texto: T1402921
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