Enquanto a alma é sã

Enquanto a alma é sã

Tão pouco tempo, o momento

Para compreender a vida inteira.

Dá até a impressão, leviana,

De que é mesmo pouca a própria vida!

Se parar para pensar, calmamente,

Olhando a vida além dos olhos do instante,

Verá que não fez tudo o que quis,

Mas que a vida – esta sim! – lhe deu bastante.

A vida, para todos, é sempre igual.

A mesma sucessão de noites e de dias,

De anos, estações, tristezas e alegrias.

O pensamento é que a entende sempre mal.

Agora, a vida me parece boa

Melhor escrever com a alma sã

A dar a vã impressão de que se vive à toa.

Não sei que pensarei amanhã!

(Djalma Silveira)