Perceptivo
Sobre o meu muro eu avisto um caminho torto
Que me leva bruscamente ao incerto mundo surdo
Mas que busca em pousos livres e dançantes
Crença em mantras e migalhas do absurdo.
Entre os pormenores vistos fracos em contornos
Dorme a névoa branca e lisa do infinito
Que me ouve atentamente aos sons e nomes
Perdidos em tremores da alma, estado aflito
Se por nascimento e morte é descoberta
A inocência mostra e aguça o saudosismo
Não me lança avisos na janela aberta
Nem estanca em meu corte o imperialismo
E em milhas de estradas sempre errantes
Surge quieta e duvidosa a esperança
Que no belo e singular do teu encanto
Traz, sutil, a hostilidade da mudança