Indignação / Procura-se um poeta!

Estou cansada de ver Vinicius falsos em corpos fajutos,

De tantos Quintanas e tantas Bandeiras que tapam os olhos,

Gullares? Já nem conto mais... Todos são réplicas do presente.

O passado mais distante têm-se 'inda nos dedos, que sujos

procuram verdades e mentira por de trás dos bailes...

A vida torna-se apenas uma cópia inexistente de exência;

Não aguento mais ver Moraes apaixonados!

Ferreiras putos e indignados! Ultra-Românticos chorosos

Em sua eterna e lacrimosa solidão... Asquersos pseudo-poetas!

Eu quero sim a poesia, dos mortos e dos vivos!

Mas quero vivos que vivam de verdade, não mais figuras da vaidade,

Da métrica e da retórica que morreu no século passado.

Estamos no ano da inexistência.

Procura-se um Poeta, um poeta de verdade

Que tenha na alma a marca cósmica da eternidade

E não mais figura fria e aparente de versos escritos.

Há ainda de existir tal figura? Ou és apenas quimera

Ilusão vã da minha conjuntura? PROCURA-SE UM POETA!

Vivo, não morto! Que ande e fale como a gente,

Que respire e escarre o ódio e o amor dos tempos...

Que seja eterno em sua finalidade humana!

PROCURA-SE UM POETA! Um dia há o mundo de o achar?

R Duccini
Enviado por R Duccini em 28/03/2009
Reeditado em 28/03/2009
Código do texto: T1510145