Tempo de Pasárgada

Tempo de Pasárgada

Já passei do tempo de Pasárgada

Tantos sonhos tive que esqueci

Sonhos de riqueza e de nobreza

Tantos que, entre eles, me perdi

Já passei do tempo de Pasárgada

E, ao buscá-la, quase enlouqueci

Quase, ao crer que a havia encontrado

E, ao invés de entrar, me proibi

Ver passar o tempo, a vida ao largo

Penso, já faz tempo desisti

Vejo como apagam-se as pegadas

Pasmo de como sobrevivi

Mesmo que não veja, à frente, estrada

E tente me esquecer do que sofri

Ainda assim, o sonho é mais que nada

E vida é a que, em Pasárgada, escrevi

(Djalma Silveira)