Alma de Poeta.

Entre o desnudar das páginas velozes

Absortas de si, pensamentos desfaziam...

Hoje encontra-se dor,onde antes luziam

Doces palavras que pareciam vozes...

E iam saltitantes pelas vistosas liras

Onde meu erro, nomeava-se rascunho,

No duro golpe que cerrava meu punho,

Enquanto longe dispersava mentiras.

Sombras d’alma corrompiam alvura,

De imaculadas folhas postas em fila,

Enquanto dedos teimavam em segui-la,

Em tristes linhas que o findar costura.

Sobre a poça que de meu olhar fluira,

Quase em fomento por voltar à fonte,

Gota maldita! Escondo de ti a fronte,

Pois em vergonha, me acendeste a ira.

Decerto fosse, essa eterna desventura,

Em troca justa, sobre a minha liberdade

Pois quanto mais engano a felicidade...

Em lindos versos, o meu ser perdura.

Noemi Prates
Enviado por Noemi Prates em 04/09/2009
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