Alma de Poeta.
Entre o desnudar das páginas velozes
Absortas de si, pensamentos desfaziam...
Hoje encontra-se dor,onde antes luziam
Doces palavras que pareciam vozes...
E iam saltitantes pelas vistosas liras
Onde meu erro, nomeava-se rascunho,
No duro golpe que cerrava meu punho,
Enquanto longe dispersava mentiras.
Sombras d’alma corrompiam alvura,
De imaculadas folhas postas em fila,
Enquanto dedos teimavam em segui-la,
Em tristes linhas que o findar costura.
Sobre a poça que de meu olhar fluira,
Quase em fomento por voltar à fonte,
Gota maldita! Escondo de ti a fronte,
Pois em vergonha, me acendeste a ira.
Decerto fosse, essa eterna desventura,
Em troca justa, sobre a minha liberdade
Pois quanto mais engano a felicidade...
Em lindos versos, o meu ser perdura.