ALMA , AMOR E POESIA

Caí a chuva no telhado,
Prenunciando uma noite triste,
No quarto pequeno e vazio de sonhos,
Existem dores e angústias abstratas,
Nos quadros pendurados na memória,
Na natureza morta estampada na janela.
Não há estrelas pra contar,
Pois, o céu está escuro.
A chuva agora não dá trégua,
Como também a consciência,
E assim a esperança vai embora,
Dorme e sonha o homem com a poesia,
Com olhos que ele ainda não conquistou,
Enquanto outros tão mais próximos,
Enxergam o quanto ele naufragou.
Existem dores sem remédio exato,
Dores que procuramos pra viver,
Como um castigo pra se vencer,
Então teima em seguir o mesmo caminho,
Mas, por não ter um desejo exato e permanente,
Um homem só fechado em si mesmo, fica perdido.
Entre ele e a poesia, anunciará o fim de tudo,
Pobre ser que não percebe,
Que é a vida a cobrar a sua atenção,
Para que finalmente  modifique-se,
Pois, já é tempo de aprender,
Que o amor tem que vir de dentro,
E que a poesia precisa de alma pra resplandecer.

Sônia Ferraz - 13/11/09