Riscos e arriscadas

Arriscar é parecer louco... e sê-lo de vez em quando.

Arriscar é acreditar que podemos ser felizes e pagar o preço justo e necessário.

É viajar na maionese e ainda saborear o gostinho.

É bailar ao som dos ventos e tempestades.

É fugir da mesmice para não cair no ostracismo.

É amar em qualquer idade, qualquer pessoa ou coisa.

É mudar de emprego quando não se está feliz.

É se embrenhar na floresta em busca de um animal arisco e perigoso.

É viajar quando tudo parece não ter solução.

É buscar os raios do sol em dias de chuva...

Arriscar é investir mundos e fundos num sonho, mesmo que depois o mundo desabe.

É levantar a cabeça, sacudir as folhas caídas e olhar os frutos nas árvores.

É sentir o gosto da suculenta torta de chocolate, mesmo consciente das incontáveis calorias ingeridas.

É meter os pés pelas mãos de vez em quando, mesmo sabendo que pode se dar mal.

É abandonar teorias...

É rir quando a vida insiste em te fazer chorar.

È apaixonar quantas vezes for possível.

É deixar acontecer o amor à primeira vista, à primeira palavra, ao primeiro contato.

É entrar de cabeça nas diferenças para ver qual é, e gostar, e ficar.

É ir adiante mesmo quando ninguém acredita em seus projetos e sonhos.

É brincar na chuva, mesmo sabendo que tem um forte vírus de gripe no ar.

É deixar o relógio em casa de propósito e esquecer do tempo com os amigos, beber todas as garrafas de vinho, mesmo que o corpo não suporte a cabeça no dia seguinte.

É voar de asa delta e fechar os olhos sentindo-se o próprio condor.

É saber que o agora já não mais existe e o amanhã... ah! O amanhã, se chegar, é outro momento...

É andar na contramão da moda, do consumo, dos costumes, das manias, das imposições sem medo de parecer ridícula.

É escrever um poema de amor e declarar-se a quem nem olha pra você.

É roubar o precioso tempo de alguém amado.

É furar o sinal da sanidade. E bater um pega com a ansiedade.

É querer sem medo de perder.

É amar sem desejar ser correspondida, mesmo sabendo que isto seria o ideal.

É furar a fila das normas.

É buscar o gosto da vida, onde quer que ele esteja.

Rosimere Ferreira
Enviado por Rosimere Ferreira em 19/07/2006
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