Poesia Suja – Sem Tango

È com clemência

que vos peço

perdão

por entorpecer o poema

com dores de vida

minha.

Enquanto espero a prosa

amadurecer-me

peco

com singularidades existenciais

simulacros de poema

sem forma

unicidade múltipla

sem ardor de húmus

humano.

Não!

A poeisis não é veículo

(emuliente)

para catarsis

de vida sincera.

Peco e vos peço

de novo

bailando por frases sem alma

um perdão barroco

ao vosso caos.

( retiro o tango do CD)