SORRATEIRO
Sorrateiro escorre
Elege caminhos
Veredas impensadas
Veias cavas pulsantes
Estreitos acessos
E feito água penetra
Por vezes
Preenche e alimenta
Noutras subtrai
Traga e devora
Expõe o alvo osso
Inda quente
Dormente, silente
Num ataque súbito
Intromete-se
Tal qual adúltero
Triângulo, um vértice
Vórtice a girar
A cabeça já não pensa
Pretensa lógica
Não resiste
Num minuto é presença
No seguinte apartamento
Sorriso lúgubre
Morte e zombaria
Pêlos eriçados
Sibilo de um orgasmo
Nascente
Já não luta
Deixa-se tomar