GUARDA-CHUVA

"Quem ama confia"

Eu confio mas não amo

E desconfio de amores

Já senti muitas dores

E não falo das físicas

Nem dos rancores

Lembro só das místicas

Das doídas feridas

Intorpecentes e difíceis

De serem esquecidas

Me entrego mas não mostro

Escondo a adrenalina e o rosto

Quando o sangue corre solto

Deixando o corpo trêmulo e quente

E me tira do chão derepente

Devolvendo a alma que estava ausente

O "sobe"

Minto indiferença honesta

Que o que falo não presta

Minto que minto

Quando falo a verdade

Que não sinto saudade

Finjo humor sensato

Do tamanho de um rato

Represento que me basto

O "eu"

E perco o controle

Volto a ser um burro

Quando conto o que há

Em um simples susurro

Perco o meu lugar

Reconquisto dependência

Represento inocência

E me deixo deixar

O "desçe"

A hostilidade das coisas novas

Já não me assusta

Eu subo, eu desço

Eu voô e caio

Esse é o sentido, essa é a busca

Mas, sem guarda-chuva

Eu não saio

Alex Steinhorst
Enviado por Alex Steinhorst em 05/08/2006
Código do texto: T209484