O velho e o mar
O velho e o mar
A areia escorre
Entre os dedos finos e magros.
Secos grãos,
Secas mãos.
Há sal na brisa
E o mar calmo murmura
Pelos lábios enrugados
As histórias de si mesmo
Para si mesmo
Já que não há
Mais ninguém para ouvir.
A areia range
Sob os pés ressecados
E marcas irregulares
Formam uma trilha longa
Sem início, apagada pela maré,
Sem fim, por não ter destino.
E o velho assobia uma canção
Para o vento e para o mar.
Lágrimas...
E a maré sobe
E o dia fica mais triste.
2006