Quase nada...
Quando vejo toda nossa soberba e incrível fragilidade;
Noto que somos quase nada, esboços de meia verdade;
Que o projétil na carne é como faca em manteiga derretida;
Que o corpo humano entre ferro retorcido é apenas carne moída;
Fico pensando que alguns correm tanto atrás de sucesso e dinheiro;
Mas o cadáver do rico e do pobre apodrecem com o mesmo cheiro;
Que um toma uísque importado e o outro bebe cachaça;
Mas em casa, no trabalho e na vida, todos enfrentam desgraças;
O marginal está precisando de advogado p´ra se defender;
O causídico espera a ocorrência de ilicitude para sobreviver;
Somos quase nada, uma massa de matéria mole e semelhante;
Somos todos iguais, seja o culto filósofo ou apenas um ignorante;
Serviremos de alimento aos vermes, feito gado nos restaurantes.