Quase nada...

Quando vejo toda nossa soberba e incrível fragilidade;

Noto que somos quase nada, esboços de meia verdade;

Que o projétil na carne é como faca em manteiga derretida;

Que o corpo humano entre ferro retorcido é apenas carne moída;

Fico pensando que alguns correm tanto atrás de sucesso e dinheiro;

Mas o cadáver do rico e do pobre apodrecem com o mesmo cheiro;

Que um toma uísque importado e o outro bebe cachaça;

Mas em casa, no trabalho e na vida, todos enfrentam desgraças;

O marginal está precisando de advogado p´ra se defender;

O causídico espera a ocorrência de ilicitude para sobreviver;

Somos quase nada, uma massa de matéria mole e semelhante;

Somos todos iguais, seja o culto filósofo ou apenas um ignorante;

Serviremos de alimento aos vermes, feito gado nos restaurantes.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 15/03/2010
Reeditado em 16/03/2010
Código do texto: T2139208
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