Eu
Tenho tão pouco do antigo eu,
sou pouco do nada que passou,
uma poesia que não mereceu,
a flor que antes lhe inspirou!
Sou o feto que depois retrocedeu,
voltando ao lugar em que morou,
o mundo que não me recebeu,
bem fez, pelo hálito que exalou!
Digo sempre, é possivel ser a flor,
e o punhal que corrompe a alma,
mas ninguém é tudo sem a dor,
nem amor sem conhecer o trauma!
Tenho tanto do que antes eu seria,
portanto, nada do que poderia ser,
porque hoje não tenho por covardia,
tudo que com coragem poderia ter!
xxeasxx