ESCÁRNIO
Se eu começar a rir descontroladamente o mundo se resume,
ou se torna mais vazio?
Enquanto o vento forte traz chuva e o céu fica vermelho à tarde
A noite simplesmente me afugentaria?
Quanta a terça parte de luz se for, quando os alinhamentos não tiverem por quê
As vontades que perco serão da rotina rainhas?
Pois por hora todo o universo conspira
Todos os sentimentos e verdades escurecem
A ventania real de uma experiência não vivida
Surrupiam palavras que nunca serão ditas.
O verde, o orvalho, o canto e o desespero
As marcas não precisas de um inverno-outono sem cheiro
A não possibilidade do que temos defendido
O monstro que se ergue sendo coroado, e depois vencido...
Se eu tiver sarcasmo suficiente pra toda minha própria zombaria
E inquieta e ansiosa rir de tanta agonia...
O amanhã será mais simples, e a lua estará ainda mais bonita?
Andréa Amaral Nogueira
12/05/2010