A Mão do Verso

a mão do verso

não pode pesar

para não quebrar

o encantamento

como batuta

ritmada volteia

em vaga

e voluta

acompanhando

o compasso

do coração

e traduz

no papel

sons que

reverberam

a música das esferas

a mão do verso

dispõe vocábulos

como bordados

em delicados

relevos

recatos

entremeios

trilhando sendas

de sentimentos

e impressões

e traduz

no papel

imagens que

resgatam

as almas angélicas

e transfiguram

a luz

a mão do verso

é límpida

é leve

é lúcida

frágil e transparente

silenciosa e eloquente

enleva

eleva

partilha o sentir