UM CASO COM O ACASO

Que meu destino manumite-se

Da contenção que eu lhe dei

Rescinda as linhas previsíveis

Recuse o mapa que tracei

Mantenha um caso com o acaso

E, no ocaso, desperte a aurora

Mande-me embora, eu me acho

Em algum lugar – do lado de fora.

Aqui dentro é muito longe

No contubérnio eu me perdi

O meu destino não é ponte

E não aponta o porvir

Eu nunca soube seguir

Nem cobicei além do agora

Basta-me saber ir

A alvorada é incógnita.

Ivone Alves SOL

Esse poema me ocorreu após a leitura de uma homenagem, feita por Eurípides Barbosa Ribeiro, ao Dennis Hopper. Ele se inspira no filme Sem Destino (Easy Rider) e assim nomeia seu texto. Bem, eu não assisti ao filme e, quiçá, o que escrevi não tenha nenhuma relação, nem tive a intenção de relacioná-lo. Na verdade, não tive a intenção de nada. O texto surgiu em minha cabeça e foi ganhando corpo em meus dedos, que estruturaram isso, que eu chamo de poema.