Alheio
O silêncio mantido pela minha boca perante os outros
É esquecido pela minha mente quando só.
A minha boca, tímida, tem receio de falar aos outros.
Aos desconhecidos por não ter liberdade,
Aos conhecidos por ter certeza que,
Certas palavras de verdade, os afastariam.
E minha boca se contrai, de anseio por falar
Mas é melhor não, ou pelo menos penso que não,
Melhor deixar as pessoas achando que me conhecem...
E ao final de tudo, quando sozinho, minha mente se solta,
Fala, grita, urra como a ira de minha consciência.
Diz sem parar que a sinceridade é a melhor opção.
Minha consciência é ingenua demais,
Parece esquecer de que quando ela comanda
As coisas não saem como ela espera.
E fico eu alheio, percebendo minha boca e minha mente a discutir,
E percebo que nenhuma das opções é a ideal.
Nenhuma delas me deixará satisfeito como eu desejo.