PENSAMENTOS DE UM SEDENTO - 11 versos JI
De: ICOPERE - I. Coimbra "O Peregrino" -Luzirmil
Vim de uma terra seca, onde sede eu passei
Em minha jornada longa, muitas noites caminhei,
Sem ter um destino certo, à beira de um rio cheguei!
Ao ver a água corrente, como seu veloz movimento,
Fiquei a admirar, aquele acontecimento,
Comparei a minha vida, e seus vários adventos!
A água e minha vida, tinham relatividade,
A primeira dava o meio, pra minha continuidade,
A segunda era o sentido, daquela realidade!
A beira daquele rio, fiquei até o raiar do dia,
Ouvindo o ruído branco, numa queda que havia,
Onde as pedras aparavam, a água que ali caia!
No pensar de um peregrino, que muita sede passou,
Onde outros semelhantes, secura também provou,
A visão daquele rio, foi um sonho que alegrou!
Em suas margens havia, árvores e flores amarelas,
Os coloridos das plantas, formavam uma aquarela,
Com sapos a coaxar, numa festança mais bela!
Eu voltava o pensamento, à terra onde eu habitara,
Lá também tinha um rio, antes com água clara,
Mas veio a implacável seca, só ficou a areia rara!
Ali, à beira do rio, eu sentia a natureza,
Tudo tinha muita vida, e real era a beleza,
Pena que meus pensamentos, tinha uma certa pobreza!
Isto por que eu não via, uma real ressonância
Entre aquele grande rio, e a terra de minha infância,
Onde a seca transformou, em deserto na constância!
Mas fiquei resignado, quando para o alto olhei,
Vi que no céu azul, habitava um grande rei,
Que rege nossa existência, com a Sua eterna lei!
Ele tem toda a ciência, do mundo e seu movimento,
Faz os rios correr na terra, e também seca o tempo,
Tudo tem de Deus o aval, para haver um complemento!