CHEGOU A HORA DE IR EMBORA
Jogar fora a brilhantina Glostora.
Fazer de conta que o bilhete ninguém leu.
Correr dos sonhos de outrora.
Pular os muros, catar o visto no passaporte ateu.
E correr muito em busca dos nadas em tudo.
Satifazer-se em potes de futuros sem alças.
E as calças...ah! as calças estão mijadas de medo.
Em cada esquina do tempo tem um banheiro fechado.
Em todas as retas têm paralelas que não se entendem.
Impossível juntar o ontem e o amanhã.
Indescritível o olhar do presente sendo passado pra trás.
Abominável essa história de viver nestes tempos.
Incontrolavel esse riso de quem sabe das coisas.
Intocável esse ar de ironia que polui o poema.
Chegou a hora de ir embora.
Ficar, só vai piorar o entendimento.
Até mais, então!