Pensamento

Quando paro nesse canto quadrado

Não para o meu olhar pelos cantos do quarto

E fixa a parede que me permanece quieta

Eu longe, não consigo ficar

Me vejo quadrada como o canto chegando a mim

E o meu pensamento querendo ir

Atravesso a parede que me sufoca

Eu quieta, com os olhos de dentro fora

E vejo várias voltas de vozes vindas

Que exalam meu imaterial peso da vida

Que me precede a leve essência fingida

Eu,no palco de um grão dela apareço destorcida

Assim como existo quando penso

E olho pro teto da luz vaga

Que meus olhos externos atravessam

Eu tonta, de tantos cantos que passo

Pelas horas acordadas quando

Lembradas naquele instante enquanto

Impulsionam meus pés que andam dispersos a ser

Eu distante, como vidas mortas que se acham sem querer

Quando sinto o material peso do meu corpo

Os meus olhos voltam achados

Quando meu corpo permanece deitado

Eu sorrindo, o perdido pensamento chorado

Fabiana Alcântara
Enviado por Fabiana Alcântara em 18/10/2006
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