Artesão
Sobre um texto
Qualquer forma
Sobre a forma
Qualquer vida
Você não viu
O amor cair na trincheira
Jesus é o nome de todos
E todos somos o nome
Não tenho uma imagem
Uma imagem quem tem
É só você, quem, tem tempo
Temo quem queira o vento
O olho saltou da carroça
Em direção ao carro amarelo
Não conseguiu segurar o chicote
E noite não foi outra coisa
Senão a vida da morte nas ruas
Da cidade habitada por todos
Qualquer texto
Sobre a forma
Qualquer forma
Sobre a vida
E o ilustríssimo lustre
Levantou a mão e perguntou
Quem viu o que o amor deixou
Sobre o nariz de quem amou
A imagem do lustre veio ao chão
Soprou em seus ouvidos que não
Ninguém se levantou
E levou consigo a resposta
Deveras o amor calasse esse enlace
Mau ajustado da vida que não anda
Com o cheiro do nada que resgata
Qualquer um que se surpreenda
Sabe que a emenda não vale ser feita
De feitos e afagos da vaca de pedra
A vida sobre a forma
Não é forma para o texto
A forma da vida não está aqui
A cor do seu nariz quem diz
Diz sem dizer quase nada