Eis o ser,
desamado e humano
Eis o ser
 Hediondo e profano
No centro do fogo,
No alto das geleiras
De si mesmo
Buscando o amor
Na danação
Eis o ser
Que
Anda pelos vales da morte
Na incompletude
Do entendimento
Sem saber qual a razão
Eis o ser com virtudes
E colapsos
Eis o ser
Pensante e ensimesmado
Distante,
 longe
Do outro ser
Eis o ser
Moldado e cordial
Inconsciente, venal
Eis o ser
Vendendo sua
Alma por prazer
Eis o ser sem calma
Que se enlouquece
Que se dobra e se acalma
Nos braços do outro ser
Eis o ser
Cruel e banal
De rosto pétreo
De músculos ,
E olhos ora de aço,
Ora de afeição
Eis o ser
Regorgitando
Versos e a vida
Lambendo
Feridas,
Perdido, sem chão
Eis o ser
Transcendental
Montando castelos de sonhos,
para nada
Sozinho
No meio do vendaval!
Eis o ser
Na ampulheta do tempo
Escorrendo
Grão por grão
Eis o ser
Abrindo as portas da percepção
Com as mãos latejantes
Dos desejos da descoberta
Eis o ser
que escancara a alma
Que se lacera no corpo e no coração
Que deita, que rola pelos escuros
Que se fecha entre muros
E cego,  busca no podre
A pureza do que é são!!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 26/01/2011
Reeditado em 26/01/2011
Código do texto: T2754183
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