Declino do traje de princesa

Ouço de longe,

aquele ruído que não gosto.

Não há nesse mundo, quem me ajude a vestir minha armadura?

Estranhas, por que declino do traje de princesa?

Empunho minha espada melhor que tantos,

porque sou livre.

Não há o que tenha que provar.

Sou a própria inovação de meu sistema.

De defesa.

De ataque.

Virilidade, não.

Fertilidade, sim,

é meu emblema.

Delimito meu território,

com meu frasco de perfume,

mas espalho minhas farpas.

Quem se atreveria a duelar?

Só é mais forte,

quem da terra é a mais estrangeira,

da dor, a única companheira,

e da honra, sua amante de uma vida inteira.

Ana Claudia Laforga
Enviado por Ana Claudia Laforga em 08/11/2006
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