EU MESMO

Quero dispersar a magoa

Enxugar do rosto a água

Buscar força dentro de mim

Embora inevitável seja o fim

Quero falar mas não com a voz

com sentimentos, meu, seu, de nós

Pretendo reviver a alegria de noites e dias

E não permitir que do meu coração seja feito fatias

Quero relembrar o todo me mim, não metades

Vivencias todo momento de felicidade, ou calamidade

Mas estar pronto para ser eu mesmo, completo, certo, errado

Mas eu em uma completabilidade, justo injusto, amado ou odiado

Mas...ser eu....sem duplicata nem falsidade ser alguém...ser eu

O mundo é belo o ser humano é insaciável

Não há como contentar essa ganância inesgotável de prazer

Um prazer egoísta, mesquinho, sem sentido lógico de ser

Quero ser humano, ciente de que não serei exceção porem só preciso viver

Que aja então neste meu viver desequilibrado, um instante de lucidez

Já fui rico, fui pobre, o negro e o branco de uma só e única vez

Fui o índio desamparado, o velho esquecido pela juventude, o final e o inacabado

Sou quem sabe a criança carente, o marginal indecente, o mendigo sagaz safado

Poderia ser vários mas porque não ser apenas ...eu mesmo única e exclusivamente