Um vulto de mulher

UM VULTO DE MULHER

Amei a mulher que nunca vi

Nas minhas limitações construí meu mundo

Não um mundo qualquer

Ele é maior que o Universo

Busquei a esperança

E ela é maior que o amor terrestre

De repente é um amor tão grande

Que ele não precisa mais nem morrer

Engulo o tempo sempre a tempo

Sou réu, sou culpado

O veredito é sempre louco fantástico

Fui herdeiro inacabado

De um mundo entremeado

Aprendi vivendo que mulher sempre é vida

Mas um vulto é sempre um vulto

Mais poético que a própria vida

Foi esse vulto de mulher que tanto amei

Mas lavei meu coração

Para a solidão resistir a longa caminhada

Rumo ao nada

Cresce a tarde e surge o crepúsculo

A vida passa com o vulto me amando

Passa a tarde e a noite é uma sombra da solidão

Que não resisto e paro para morrer.

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 03/09/2011
Reeditado em 03/09/2011
Código do texto: T3198588
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.