Confidente da dor

Sou confidente da dor e do sofrimento.

Escuto-os gritar, a cada momento,

em cada frase, neste documento.

Horas e horas lendo a dor,

já sei quando ele se vai...

Os olhos que perdem a cor,

A vida que finalmente cai.

Rimando esses versos,

permaneço, perplexo,

absorto e cansado,

talvez, impregnado

na mente e na memória,

como se todas aquelas histórias

fossem minhas, minhas vivências...

Eu junto alheias experiências.

Aqui permaneço: confidente da dor.

A empatia que vem traz compaixão e calor.

Quem me dera poder passar a esse alguém (quem?)

no seu último suspiro, algum amor...

... No fim é ele, não é?

O que não cura,

mas que acalma.

O que não livra,

mas compartilha.

O que não esquece,

mas alivia

e faz mais leve

a pobre alma...