Pedido a uma donzela
Cansam-me os sermões
desses que pensam tudo saber,
dizem que mais vale morrer do que assim viver.
Óh, se não sei viver, não me vale morrer
sem antes gozar dos amores e da inocência
que fazem as crenças infames, tristonhas...
Pensei ter amado uma bela donzela
mas foi outro que à amarrou.
Fiz tanto gosto em levar-lhe a capela
mas foi a própria que recusou.
De meus desejos, poucos foram certos
a maioria com o tempo murchou,
feito as flores em minha janela
que acabam por não conhecer o amor.
Se vou morrer, que seja apaixonado,
se for viver, que seja por paixão,
acaso é este o caminho que trilhaste?
Informe-me direito a direção!
Se agora as décadas rápido passaram
minha aparência, sofreu a mutação
de uma vida sem felicidade, no precipicio da desilusão
Óh, se não sei viver, não me vale morrer
sem antes gozar dos amores e da inocência
que fazem as crenças infames, tristonhas...
Se fazem nas fronhas, as pazes, os amantes
eu brigo na rua se for o lugar,
não cabe em minh́alma o prazer das frescuras
sou um bom amante, mas sem paciência.
Se nunca sofri com as perdas vividas
talvez tenha sido pode não saber amar!
Peço-lhe então que me ensine em vida
os sinceros prazeres em se apaixonar
O tempo não diz respeito a cabeça
sou prova legitima do que estou a falar
se for morrer, morro apaixonado,
se for viver, que seja para amar!