Ruir por desastre

Ruir por desastre

O semáforo era verde .

Passei sem nada temer,

Vieram as bolas de fogo.

Acertando-me com rijeza.

Deitado no piche traumático,

Sublinho o infinito lúgubre.

Cidadino ao redor alaridos.

Nos lábios salobros de enxofre.

Os anjos brigadistas auxiliam,

Transito na enfermaria móvel.

Embarcado na cama de rodas,

Vejo o teto branco passar.

Aquietam-me no ártico fugiloso.

Da negritude uma aura .

Repudio de luz que se apaga

Subordinando-me ao rude corredor.

Quantos dias de hesitação,

Entre mutilados fleumáticos

Inato em fila de indigência

Onde transfiguram fôlego em óbito

Nasceu minha hora operatória

A bomba sanguínea bate horror.

Na mesa triunfo oponente

E a vida dissidente de falência

Cristiano Rezende

cristiano rezende
Enviado por cristiano rezende em 21/12/2006
Código do texto: T324486