Ruir por desastre
Ruir por desastre
O semáforo era verde .
Passei sem nada temer,
Vieram as bolas de fogo.
Acertando-me com rijeza.
Deitado no piche traumático,
Sublinho o infinito lúgubre.
Cidadino ao redor alaridos.
Nos lábios salobros de enxofre.
Os anjos brigadistas auxiliam,
Transito na enfermaria móvel.
Embarcado na cama de rodas,
Vejo o teto branco passar.
Aquietam-me no ártico fugiloso.
Da negritude uma aura .
Repudio de luz que se apaga
Subordinando-me ao rude corredor.
Quantos dias de hesitação,
Entre mutilados fleumáticos
Inato em fila de indigência
Onde transfiguram fôlego em óbito
Nasceu minha hora operatória
A bomba sanguínea bate horror.
Na mesa triunfo oponente
E a vida dissidente de falência
Cristiano Rezende