As Margens Sacras de Troia
Choro.
Vozes anuviadas versejam lamentos que o vento leva.
Quando a pele fica fosca de tanto lágrimas varrerem a luz pra dentro da boca:
Engolidas, então, defecadas.
Quando os olhos em negrume não apontam a saída
A chegada, nada.
E assim é.
O peito aperta diante da confissão do incapaz
E a verdade apunhala rasgando e vociferando o desejo de outrora
E o desejo nunca deixou de ser um desejo.
O avante almejado esbarra com a alma em muro que cerca o corpo - é assim que é! –
e morre
E chora
E chora diante da própria confissão de incapaz do incapaz
Que dificultosamente sai da boca quebrada seca escorrida pela lágrima dura que cai:
Nascido para ver o sol
Jamais para sê-lo.